sábado, agosto 05, 2006

Da série: FICÇÃO PLAUSÍVEL

III

Acordou de olho roxo, no colo da maior ressaca do mundo, na rodoviária de Itaguaí.

Sem condições de lembrar nem o nome da mãe, ligou pra Bruninha, do recursos humanos.

“Menino! Eu pensei que tinham te matado depois do Parabéns pra você!”

Antes não tivesse ligado! Ficou sabendo de todas as feiúras que fez no aniversário da Dona Cleide. Misturou cerveja quente em copo de plástico com vinho de garrafão, matou a batida de amendoim, empinou uma garrafa de Continni no gargalo, comeu um pote de creme hidratante, bebeu um vidro de xampu com o devido condicionador, vomitou na pia da cozinha e detonou meia garrafa de Natu Nobilis (Natão é foda!).

Dançou forró com um cabide, fez “chão, chão, chão” em cima da mesa da varanda, cantou “Chora bananeira/ Bananeira chora”, puxou um pagode-putaria com a gravata na testa e batucando com uma caneta numa garrafa de cerveja, peidou na frente da Michele, aquela gracinha da recepção, passou a mão na bunda do Carlinhos da contabilidade e por falar em bunda, fez um discurso em louvor da dita cuja da Dona Celinha, onde, com graça e donaire, encerrou com chave de ouro: “um rabo aquele tamanho não tem dois gomos, tem hemisférios”.

Começou a apanhar depois do “parabéns”, quando, já quebrando o abajur, puxou o corinho da “chuva cai; a rua inunda”.

Pensou em comer um pote de racumim. Mas tomou um café e foi pra casa.

2 Comments:

Anonymous Anônimo said...

que vexame hein ...

8/07/2006 12:28 PM  
Anonymous Anônimo said...

Adorei seu blog!! Seus textos estão super legais, principalmente esse q eu comento; lembra varios amigos nao?? Hehehe...
E n poderia deixar de elogiar a dedicatoria a minha amiga linda ne...

Bjss

8/09/2006 4:20 PM  

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