Condomínio, ou O ser humano é a raça do Cão
Sabadão, dez da matina.
E eu lá no sofá. Lendo um livrinho, fumando um cigarrinho, ouvindo um The Clashzinho, coçando o saco na paz e toca a campainha.
Grito, de má mente, um ‘JÁ VAI’ daqueles que deixam bem claro que o papai aqui vai demorar o maior tempo possível pra atender.
Depois de acender mais um cigarro e pegar um cafezinho, confiro na luneta da porta: é a síndica e um dos porteiros.
Imediatamente, grito outro ‘JÁ VAI’, na vã esperança que eles percebam que eu não tou numa de ir.
Não percebem.Eu vou.
Abro a porta, e, sem sequer um ‘bom dia, desculpe incomodar’ a múmia manda, já enfiando os cascos dentro da minha casa:
“Vim aqui pra ver se tem vazamento no seu banheiro.”
Imediatamente finco a carcaça na frente da Dona Coisa, e, delicadamente (delicadamente mesmo, não é sacanagem não) digo:
Não. A senhora vai descer, interfonar, me dar bom dia, se desculpar pelo incômodo e perguntar se pode vir aqui, por obséquio, ver se tem algum vazamento no banheiro, coisa que de antemão, asseguro que não tem.
E fecho a porta.
Ela sai zurrando cobras e lagartos.
Quinze minutos depois, sem se dar conta do bom dia, do por obséquio, do incômodo, e da minha categórica afirmação que vazamento tem a cara dela, toca o interfone.
“Posso ir aí agora?”
E eu, peremptório:
“Não.”
E não veio até hoje!
E eu lá no sofá. Lendo um livrinho, fumando um cigarrinho, ouvindo um The Clashzinho, coçando o saco na paz e toca a campainha.
Grito, de má mente, um ‘JÁ VAI’ daqueles que deixam bem claro que o papai aqui vai demorar o maior tempo possível pra atender.
Depois de acender mais um cigarro e pegar um cafezinho, confiro na luneta da porta: é a síndica e um dos porteiros.
Imediatamente, grito outro ‘JÁ VAI’, na vã esperança que eles percebam que eu não tou numa de ir.
Não percebem.Eu vou.
Abro a porta, e, sem sequer um ‘bom dia, desculpe incomodar’ a múmia manda, já enfiando os cascos dentro da minha casa:
“Vim aqui pra ver se tem vazamento no seu banheiro.”
Imediatamente finco a carcaça na frente da Dona Coisa, e, delicadamente (delicadamente mesmo, não é sacanagem não) digo:
Não. A senhora vai descer, interfonar, me dar bom dia, se desculpar pelo incômodo e perguntar se pode vir aqui, por obséquio, ver se tem algum vazamento no banheiro, coisa que de antemão, asseguro que não tem.
E fecho a porta.
Ela sai zurrando cobras e lagartos.
Quinze minutos depois, sem se dar conta do bom dia, do por obséquio, do incômodo, e da minha categórica afirmação que vazamento tem a cara dela, toca o interfone.
“Posso ir aí agora?”
E eu, peremptório:
“Não.”
E não veio até hoje!
2 Comments:
Por delicadezas destas que você é meu herói, hehehe
Meu ídolo, hehehe!!
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