quarta-feira, setembro 06, 2006

Um Poema para um homem meio confuso

Na época que o Mangangava era publicado na universidade que fica ali na sesmaria de Araribóia, corria pelo instituto em que estudávamos uma onda de poesia que os distintos leitores deste blog já tiveram a chance de sentir o potencial, representado pelo famigerado ‘Borboleta Negra’. Entre uma e outra de infindáveis viadagens, chegaram ao cúmulo de propor que as festas do curso de história não tivessem mais as coisas que uma festa de gente tem – músicas diversas etc. e tudo ficasse reduzido a rodas de samba e poesia!

Emocionados com essa situação, obviamente Palestino e eu resolvemos participar do movimento. Sacaneando a porra toda. No Mangangavamarela, saiu o ‘Momento do poeteiro’ assinado por um autor cujo pseudônimo era Publius Cacofatus – que a gente publica depois por aqui.

Mas a primeira poesia foi a que fiz para um amigo nosso, hoje curiosamente morando próximo a cidade de Campinas – SP. Sabe aqueles caras que a gente pode classificar como ‘heterossexual afeminado’? Cheio de frescurinhas, indecisões, reclamações? Pois é. Como a gente perdia o amigo, mas não a piada, criei esse singelo poema para nosso amigo (ainda nosso amigo, apesar de tudo):

Um Poema para um homem meio confuso

Intrépido e sagaz valete
Feliz, de tudo se ria
Sonhava em pagar um boquete
Em jogar água fora da bacia

Mas, então, dúvida atroz
Assaltou o perobão:
“Não sentirei dor feroz,
Que me atire na ilusão
Se num gesto sensual
Eu voltar pra fase anal?”

Eis que um dia, notando o valete entristecido
E, adivinhando o motivo de tamanha depressão
Um certo boticário lascivo
Forneceu-lhe a solução:

“Ó jovem boiola, não chores por tua indecisão!
Pois se temes que o ato anal te causes dor,
Que macule cruelmente o triunfo do amor
Apenas isso, necessitas de lubrificação!”

“Por alguns cobres, em qualquer esquina
Ou mesmo comigo conseguirás a salvadora vaselina
Que te permitirás montar em imenso falo
E nele em prazeres cavalgar até São Gonçalo!”

Iluminado de alegria, terminou a indecisão
E, sem medo, o valete teve a realização
E hoje em dia não tem pra quem ele não dê
Nas bucólicas plagas do Colubandê

Intrépido e sagaz valete
De prazeres atingiu os céus
E agora sua fama de gilete
O persegue até Ilhéus!

Em tempo: a inspiração do poema além do nosso amigo, veio de um anúncio encontrado na velha revista “Casseta Popular” de um produto chamado “Hair-Tonic”. Naquele tempo eles eram engraçados...

Luciano;
Em 06/09/2006 A.D.

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