segunda-feira, julho 13, 2009

Diálogo impertinente

_Ops, queira desculpar.
_ Não, não desculpo não!
_ Como?
_ Não como nada, só não desculpo.
_ Mas foi só um esbarrão.
_ A calçada é enorme, tinha que passar justamente do meu lado?
_ Bom, você também poderia ter se afastado de mim.
_ Primeiro: você uma ova, é senhor! Ouviu, senhor!
_ Mas você, quer dizer, o senhor tem pelo menos vinte anos a menos do que eu, o que pelo meus cálculos significa que vo..., o senhor tem uns quinze anos.
_ Agora quer dar uma de matemático! Dezesseis incompletos, e de mais a mais, respeito tem idade?
- Não, mas...
_ Então é senhor e estamos conversados.
_ Muito bem, então por que o senhor não me desculpa pelo esbarrão?
_ Porque não quero e pronto!
_ Porque não, não é resposta.
_ É sim, só tenho quinze anos, não preciso de mais motivos.
_ Não eram dezesseis incompletos?
_ Que perfazem quinze não é mesmo?
_ Sim mas...
_ Sem mais, você esta me atrasando! Eu tenho curso sabia?
_ Não, não sabia. E, veja bem, para o senhor também não é você, é senhor, ouviu, quero ser tratado por senhor.
_ Querer não é poder. E você é muito jovem para ser chamado de senhor.
_ Jovem? O senhor acha? Que isso, me sinto um velho.
_ Verdade, tem cara de velho.
_Mas acabaste de me dizer que sou muito jovem para ser chamado de senhor!
_ Novo para ser chamado de senhor, mas velho para ter cara de velho.
_ Ora, vamos parar por aqui que esta conversa esta sem pé nem cabeça. Me desculpe logo e acabe logo com isso!
_ Me dê uma razão para lhe desculpar?
_ Além de ter pedido desculpas?
_ É.
_ Bom, vejamos...
_ Sem argumentos?
_ Me deixe pensar, ora bolas!
_ Já sei, o esbarrão não foi forte, precisamos ser solidários, éééééé, peraí, ah, não sei. Não me ocorre mais nada na cabeça.
_ Me paga um lanche aqui na padaria do Zé que eu desculpo.
_ Quer guaraná ou coca-cola.
_ Pepsi. E o sanduíche é natural.

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