quarta-feira, dezembro 03, 2008

O casamento na visão masculina

Venho por meio desta esclarecer que mais uma vez desrespeito o combinado. Posto isso e sem mais a declarar,

O casamento na visão masculina

Basicamente o casamento, para o homem, se resume a três ações básicas que determinam seu sucesso ou seu fracasso, a saber:
1. Saber ouvir.
2. Saber calar.
3. Discernir o momento em que se deve ouvir do momento que se deve calar (acredite, existe diferença sim, e alguns já nascem com esse dom de notá-la, que reputo divino, outros, como eu, buscam-no ao longo da vida matrimonial).
O diálogo numa relação homem-mulher (em que existe interesse sexual e afetivo) é uma ficção inventada pelas mulheres das cavernas logo após o primeiro grunido, e perpetuado sua pseudo-existência até os dias de hoje. Platão já tinha sacado isso, se não me engano em O Banquete, uma ode a viadagem da antiguidade.
Mesmo numa conversa coloquial, em que não estamos discutindo a relação – o pior pesadelo masculino – não temos a menor sombra de diálogo. Quer um exemplo? Vamos lá:
_ Viu isso mô, a situação tá feia lá no sul né? A chuva arrasou com tudo por lá.
_ É mesmo né ursão? Sabe o que isso me lembra, que você não pregou as prateleiras que eu te pedi!
_Heim?! Prateleira? Que que isso tem haver com a chuva no sul?
_ Pois é né peludão, há uma semana você disse que ia colocar e só fica aí coçando na frente da tv!
_ Tudo bem querida, eu admito, mas o que isso tem haver com a tragédia em Blumenau?
_ Admitiu né? Claro! Fala, promete e não cumpre!
_ Mas...
_ Olha, vamos parar de papo-furado que eu tenho um tanque de roupa pra lavar. Você vai ficar aí coçando que eu sei né?! Prateleira nem pensar?!
Isso é só um entre milhares de exemplos. Quer outro? Então vamos lá de novo.
_ Querido, minha mãe vem ficar uma semana aqui conosco, vai operar as hemorróidas. Ela vai dormir comigo lá na nossa cama tá? Ela disse que não pode ficar no sofá por causa da coluna. A sim, pediu pra você comprar os absorventes dela, o mioma dela tá fazendo o fluxo aumentar, e aí já viu né? Diz ela que manchou o carpete todo, coisa de louco. A, olha só, os absorventes são uns importados tá? Extra-large. Cê sabe né querido? Quatro filhos não há perereca que resista. Tá tudo bem pra você né ursão? (Tudo isso dito em menos de 8 segundos).
_ (...)
_ Sabia que você ia concordar mozão! Mamãe ficou achando que você ia achar ruim né, já que você acabou de chegar da plataforma. Ela achou que depois de um mês só vendo homem lá né, rsrsrsrsrs, ela achou que você ia tá nos cascos, que a coisa ia pegar fogo aqui em casa. Mas eu disse que entre sexo e a saúde dela não havia o que pensar né ursão? (Tudo isso dito em menos de 5,25 segundos).
_ (...)
Veja que o marido em questão é um sábio, um poeta do silêncio, e é claro, o maior de todos os punheteiros. Mas, já dizia o grande pensador Onanias Mão Peluda: “Antes uma boa punheta que uma sogra enfurecida”. E tenho dito desde então.
A natureza, ao contrário dos teóricos da perfeição, é tão imperfeita como os seres humanos que ela criou. Deu-nos as mulheres, mas dotou-lhes de atributos que geram incompatibilidade com o sexo oposto. Incompatibilidade esta que é resolvida, no mais das vezes, pela necessidade preemente de sexo por parte do homem, e de um ouvido aberto e uma boca fechada por parte da mulher. Um completa o outro. Claro que nem sempre isso ocorre. Num casamento isso se evidencia em função do contato cotidiano.
_ Mozão, vem cá vem!
_ Tô com dor de cabeça peludão! Além do mais, parece que é só pra isso que eu sirvo né? Sexo! Na hora de você me ouvir, conhecer minhas necessidades, minhas frustrações, você foge e vai pro futebol! E quando fica finge que esta me ouvindo! No máximo faz hum-hum! Não é isso? Estou mentido? Não é isso mesmo?
_ Hum-hum.
Minhas amigas leitoras devem estar achando que eu sou um puta machista! Não é verdade, eu sou apenas homem, e heterossexual (apesar de versões alternativas contadas pelos meu amigos), o que me leva a ter um ângulo diferente da abordagem das situações.
Em janeiro próximo eu e minha amantíssima esposa fazemos 10 anos de casamento (ao todo são 14 ou 15 anos nos aturando). Nossas maiores brigas ocorreram quando um espírito maligno se apossou do meu corpo e da minha mente e resolveu discordar dela. Puta-que-pariu, bastava o silêncio e ao final um simples: “_ Sabe que você tem razão!”.
Apesar de já ter sacado o mistério do sucesso de um casamento: cala-se, escute, lave a louça e deixe os filhos na sogra quando quiser sexo, eu ainda tenho muito que me aperfeiçoar dentro do matrimônio.
Bom, sem mais no momento,
CEVDM

2 Comments:

Anonymous Anônimo said...

Puts, foi um prazer te conhecer.
[Isso até sua mulher ler o posted]

1/19/2009 9:35 PM  
Anonymous Anônimo said...

tri legal esse texto

5/17/2009 8:49 PM  

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