sábado, julho 18, 2009

Tabaco

Piteira do cachimbo enclausurada entre os lábios
Conduzindo a fumaça doce entre as frestas dos meus dentes
Acalentando minha angustia não explicada
Fornicando com minha língua obscena
Malabaris de alcatrão esvoaçam pelo ar, dando-lhe forma de mistério
Enquanto o peso do coração teima em me puxar mais para o fundo
Somente o tabaco me consola agora
Quando nada faz sentido no meu mundo
Vejo o rebordo do fornilho acender a cada puxada
Lembrando-me do fogo que devo manter crepitando
Crepitando, crepitando, crepitando
Somente o tabaco me consola...


(Para não dizer que não falei de flores, continuo não falando, pefiro falar do tabaco)

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