sábado, abril 25, 2009

Te Chupo Todinha....

Dia desses, voltando da cidade de Pedro, na verdade, no ônibus que nos conduziria (Eu e Carla) ao terminal rodoviário, ocorreu o seguinte:
Vitória do Flamengo (sic) e, no banco atrás do meu, na janela, um típico exemplar do mallandrus cariocalis educadamente falava coisas da mais bela poesia e perfumava o ambiente com uma mistura de odores que enlouqueceriam um mestre perfumista francês: (a saber: cachaça, suor, óleo.. e outras coisas inidentificáveis)

- "Porra motorista.... anda logo, ainda vô descê pro rio hoje" (detalhe, o trânsito estava engarrafado)
- "Ai Marcelo, no rio tem muita gata mas em Petrópolis tá foda.. so mulher gostosa"
E, Pondo a cabeça para fora... "Aí gata, Mengão... tu é gostosa..."

Bom o fato é que esse acontecimento me lembrou o "causo" narrado por um aimgo meu.

Dia normal, desses nem quentes, nem frios.. aquele solzinho tipo manhã.. e tal. Eis que entra no coletivo o sonho de qualquer Hétero Sexual: Uma coloegial... de uniforme de gala e tudo... flôr da idade... uns dezessete.. linda... um pitéu. Sentado lá no fundão, um outro espécimem do animal anteriomente citado, achou por bem, tentar conquistar a ninfeta. Como todo "malandro" começou a disparar gracejos para a donzela.

- "Aí, você é maior gatinha... te chupo todinha!!!!!!"
- "Ei, é com você mesmo... ô do uniforme... você é muito gatinha, te chupo hein!!!!."
Bom, a jovem estudande, ruborizada, não sabia onde se emfiava. Mas, ficou quieta, ali suportando alguns olhares, essas coisas... mas por assim dizer, firme.
Enquanto isso, Lá do fundo do ônibus, em virtude do silênico da Ninfa, malandragem ganhava confiança e contuniva entusiasmado:
-Nossa, vecê é gatinha... olha te chupo toda, da cabeça aos pés!!!!" E assim segue.

Mas como disse um verdadeiro malandro "... malandro demais vira bicho..." Em determinado momento, cometeu o erro fatal... alías erro que todos no ônibus secretamente em seus íntimos esperavam dele em algum momento. E por fim mandou:

- "Nossa gatinha, me diz seu nome que te chupo todinha!!!!!!"

O pitéu não pensou duas vezes. Encheu o peito e, sem nem olhar para trás.... respondeu, comm toda a delicadeza que uma situação como essa exige:

-!!!!! PIROCA !!!!!"

Bom, o resto dá para imaginar.... Coro de risos... e um baixinho que estava sentado mais na frete do ônibus...

-"Hahahahahahaha.... Vai chupar piroca... vai chupar piroca...."

Coincidência ou não, o ponto do malandro foi o próximo... e, sob risos genaralizados, inclusive o da estudante que desceu do coletivo.


sexta-feira, abril 24, 2009

DIÁLOGO

Uma festa de casamento. Um porreiro de historiadores e eu. Não via aquele povo há um tempão.Todo mundo fingindo naturalidade de terno e gravata. Nosso colaborador Luck Luciano também tava lá, num risca de giz que eu tenho certeza que foi a Mari que escolheu. Pelo visto, pra roupa ela tem bom gosto.

Lá pelas tantas, me chega um e depois do papinho cerca-lourenço, faz aquela cara de quem tava sem graça de tocar no assunto e mandou:

“Pô...me disseram, não se é verdade...tu não fica bolado comigo não, é que...”

Eu:
“Qual foi?”

Ele:
“É verdade que você abandonou o magistério?”


Eu:
“É.”

Ele, como se não soubesse:
“Mas, então, tá fazendo o quê?”

Eu, sem muito saco com aquela conversa:
“Mecânica.”

Ele, fingindo espanto:
“Mecânica?”

Eu, com menos saco ainda:
“É.”

Ele, com os olhos arregalados:
“Mecânica? De carro, essas coisas?”

Eu, com pena de dar-lhe um coice:
“É. Mecânica. De carro. Essas coisas...”

Ele, com cara Sá-Mariquinha-que-botou-pimenta-no-meu-mungunzá:
“Pô, cara! Vai desistir da HISTÓRIA?! Maior ralação na faculdade, a melhor do Brasil, e você vai desistir? Pensa bem...”

Eu, catando pelo colarinho um garçom que tentou me diblar e passar direto com a bandeja de chope:
“Tá....”

Ele, inconformado:
“Cara, eu não acredito que você vai largar um trabalho intelectual por um braçal! Deixar de ser professor pra ser peão! Tou falando isso de igual para igual...”

Eu, largando o garçon, virando o segundo dos dois chopes que eu catei na bandeja e respirando fundo:

“Tu já leu March Bloch, Fevre, Marx, Engels, Thompson, Duby, Paulo Freire, Maquiavel, LeGoff, Sério Buarque, Caio Prado, Todorov, Ciro, Vainfas, Ângela de castro Gomes, Mauad e o escambau?”

Ele, espantado:
“Já! É lógico! Mas...

Eu, cortando no ‘mas’:

“Eu também. Sabe fazer levantamento de fontes?”

Ele, sem ‘mas’:
“Sei.”

Eu:
“Eu também. Projeto de pesquisa, sabe fazer?”

Ele:
“Sei.”

Eu:
“Eu idem. Planejamento pedagógico, plano de curso e dar aulas, enrolar diretor e fazer o que quer com a turma, manja?”

Ele:
“Sim.”

Eu:
“Eu também. Calcular taxa de compressão de um motor, rebaixar o cabeçote, operar torno mecânico, operar fresa, ler perspectiva isométrica, identificar sinal pneumático, hidráulico, elétrico, manutenção preditiva, ler tag, metrologia e resistência dos matriais, sabes?

Ele, com a única cara que podia fazer:
“Não.”

Eu, já dando uma banda em outro garçom que tentou passar batido com um Juanito Andante. Tarja preta, ainda por cima:

“Pois é. Eu sei. Então, não estamos conversando de igual para igual...Dá licença,que o Luck tá me chamando ali, ó!”

Tava chamando porra nenhuma. Catei meu uísque e fui fumar um crivo lá fora...

sexta-feira, abril 10, 2009

99 motivos para abandonar o magistério ou nem mesmo começar nele

Dando seguimento a série... Motivo número dois. Professor é sempre culpado.

Sabe aquela máxima legal: “inocente até que se prove o contrário”? Pois é, no magistério isso não vale de nada!
Quer ver?
O aluno não aprende? A culpa é do professor! O aluno aprendeu? A política pedagógica é revolucionária! O diário com as notas não foi entregue no prazo? A culpa e do professor! O diário não chegou no prazo nas mãos do professor? Não é desculpa para atrasar a burocracia da secretaria!
Viu? É isso, quero dizer, se você quer um motivo para não começar no magistério, ou abandoná-lo, aí vai: deu merda, a culpa é do professor. Sempre.
E se alguma coisa dá certo? Obra e graça de um diretor iluminado, de uma pedagoga brilhante (hahahaha) e comprometida, da merendeira que preparou o macarrão com salsicha e ovo com amor e dedicação, do faxineiro que limpou o chão com esmero... e o professor? Esse não fez mais do que a sua obrigação, aliás, fez de menos!
Não me entendam mal, mas se entenderem, fodam-se! O diretor, o pedagogo, o merendeiro e o faxineiro tem o seu papel, mas por Deus, não é o principal! Junto com o aluno, o professor deveria ser o ator principal, um dos astros da produção. Aliás, somos astros sim, meteoros em rota de colisão, prestes a explodir!
Cara, nem as religiões inculcaram tanta culpa nas pessoas. Nós não temos nem chance de defesa, e nem nos é prometido o paraíso, nem um tanto de virgens, após a morte pelo nosso sacrifício em vida. Qualquer coisa é motivo de descerem a lenha no professor.
_ Você não preencheu o erdésimo papel que lhe entreguei? Pergunta amistosamente a supervisora.
_ Não, ainda não, mas veja...
_ Você sabe quão importante é esse papel?
_ Sim, em termos, mas as provas que...
_ Tem noção da importância?!?!?!?!
_ Cara, e você, que tanto me cobra essa porra, você sabe para é que serve essa merda de papel?!?!
_ (...)
_ Preenche e me entregue amanhã. Quanta irresponsabilidade.
Pois é, não quer sentir culpa pelos males endêmicos da educação? Não se torne professor, ou se já é, expurgue seus pecados, abandone a profissão.